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quarta-feira, 18 de abril de 2012

Brasil mira recorde nas Paralimpíadas de Londres

                                                                                                                                            CPB

O ano era de 2004, a cidade era Atenas. O local e a data são considerados um marco quando se fala em esporte paralímpico no Brasil. Uma delegação com 98 atletas foi para a Grécia e voltou de lá com 33 medalhas (14 ouros, 12 pratas e 7 bronzes), conquistando um inédito 14º lugar na classificação geral. Segundo o IPC (Comitê Paralímpico Internacional), quase 2 bilhões de pessoas no mundo inteiro assistiram esta edição dos jogos. Só no Brasil, foram 168 horas de transmissão.

Com toda essa divulgação os números em 2008 só aumentaram. "Depois dali veio a credibilidade do esporte paralímpico, veio a admiração, o respeito e ali abriu várias portas para o esporte paralímpico ser o que é hoje", explica o nadador Clodoaldo Silva, seis vezes medalhista de ouro em Atenas. Em Pequim, a mídia presenciou um desempenho histórico da delegação brasileira, composta por 188 atletas. O nono lugar no quadro de medalhas veio com 16 ouros, 14 pratas e 17 bronzes.

O presidente do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), Andrew Parsons, falou na última sexta, em palestra durante a Reatech (Feira Internacional de Tecnologias em Reabilitação, Inclusão e Acessibilidade), sobre o caminho que o Brasil percorreu até o nono lugar nas Paralimpíadas de Pequim 2008 e o planejamento e metas para as próximas edições dos Jogos, em Londres, entre os dias 29 de agosto e 9 de setembro.

                                                                                                            Rafaela Silva

Segundo Parsons, a meta feita pelo CPB é avançar para o sétimo lugar no quadro geral de medalhas já em Londres 2012 e para quinto no Rio, em 2016.

“Competimos em 17 modalidades em Pequim 2008 e neste ano já estamos garantidos em 18, podendo competir em 19. Só não temos mais chances de disputar no rugby em cadeira de rodas. Para 2016 já estamos classificados em todas as 22 modalidades por ser o país sede. Temos o desafio de passar no quadro geral de medalhas países fortes no esporte paralímpico, como a Austrália, quinto melhor do mundo”, disse o presidente.

Para esse objetivo ser realizado o Ministério do Esporte repassou para o Comitê, no início do mês, uma verba de mais de R$ 8 milhões, destinada para a preparação de atletas e equipes para os Jogos Paralímpicos de Londres 2012 e do Rio 2016. O objetivo é oferecer a melhor condição de treinamento e intercâmbio aos atletas e equipes que compõem as seleções paralímpicas permanentes e para jovens atletas que têm chances disputar os Jogos Paralímpicos de 2016.

Os recursos vão custear diferentes períodos de concentração e treinamento ao longo do ano, desde viagens de aclimatação às vésperas do evento em Londres, até passagens aéreas nacionais e internacionais, contratação de veículos adaptados, hospedagem, alimentação e taxas de inscrição em eventos. Além disso, desse total, o valor de R$ 1 milhão será voltado para a aquisição de material esportivo.

O convênio contempla 16 modalidades: atletismo, basquete, bocha, ciclismo, esgrima, futebol de 5 (para cegos), futebol de 7 (para paralisados cerebrais), goalball, halterofilismo, hipismo, judô, remo adaptável, tênis em cadeira de rodas, tiro com arco, tiro esportivo e voleibol sentado, todos com vaga já garantida para Londres.

“O Ministério do Esporte e o Governo Federal como um todo são grandes parceiros do desporto paralímpico brasileiro. Este apoio será fundamental para atingirmos nossas metas em Londres nas diversas modalidades. O Brasil já briga entre as grandes potências do esporte paralímpico internacional e, com esse investimento do Ministério do Esporte para os Jogos Paralímpicos de Londres, poderemos oferecer aos nossos atletas e confederações a melhor preparação de todos os tempos”, afirmou o presidente do CPB, Andrew Parsons.

A preparação brasileira para os Jogos Paralímpicos começará na cidade de Manchester, Inglaterra, um mês antes do início dos jogos. A cidade foi escolhida pelo CPB por apresentar a melhor estrutura para as equipes, que estarão na reta final de preparação. “Não só pelas instalações esportivas de alta qualidade, mas por um conjunto de serviços complementares fundamentais em um processo de aclimatação”, reiterou Parsons.

                                                                                                            Rafaela Silva

O Brasil tem, até o momento, 127 vagas garantidas nas Paralimpíadas deste ano. A delegação, somando atletas, comissões técnicas e médicas, auxiliares e outros integrantes, deverá ter em torno de 335 integrantes.

“Nosso objetivo não é ter a maior delegação, mas sim a melhor, para alcançarmos nossas metas técnicas em todas as modalidades e nosso objetivo de ficar em sétimo no quadro geral de medalhas”, afirma Andrew Parsons.

O presidente ainda destacou que o fato demostra o alto nível e a força do esporte paralímpico brasileiro, além de ser fruto de um planejamento técnico realizado a longo prazo.

“Não buscamos apenas o ganho de medalhas, mas também o crescimento e consolidação do esporte adaptado no país. Estamos no caminho certo. O Brasil é forte candidato a vitória em quase todos os esportes coletivos. Bicampeão mundial e paralímpico no futebol de 5 para cegos, a Seleção é uma das potências da modalidade, além de favorita ao ouro. No volei, a equipe masculina tem reais chances de medalhas e as meninas conquistaram pela primeira vez o direito de participar de uma Paralimpíada.  O goalball fez bonito no Parapan. Os meninos conquistaram o ouro e as meninas levaram a prata, perdendo para os Estados Unidos, atuais campeões paralímpicos.  Nosso Fut 7 sempre briga por pódio e tem boas chances”, analisou Parsons.

Entre os destaques da delegação brasileira que participará dos jogos em Londres está a para-atleta Terezinha Guilhermina, a velocista cega é considerada uma das melhores para-atletas da atualidade e chegou a ser indicada ao prêmio Laureus paralímpico de 2011, considerado o Oscar do esporte, prêmio este que foi vencido pelo para-atleta sul-africano Oscar Pistorius, que compete com próteses de fibra de carbono.

Terezinha Guilhermina tem quatro medalhas paralímpicas no currículo. A primeira, bronze nos 800m rasos da classe T11, foi conquistada em Atenas, em 2004. Em Pequim, ganhou três: ouro nos 200m, prata nos 100m e bronze nos 400m. Em Londres, a velocista espera não apenas faturar o ouro na prova mais rápida do atletismo, como também bater o recorde mundial, que pertence a ela mesma.

                                                                                                              Arquivo Pessoal

" Meu "gol de placa" será este ano em Londres, para isso estou me preparando. Deixei de lado até o meu curso universitário", conta a atleta que faz graduação em psicologia.

A para-atleta completa dizendo que seu sucesso pessoal está totalmente ligado ao serviços oferecidos pelo Comitê Paralímpico Brasileiro. "O Comitê ofereceu todo um suporte científico para trabalhar a minha condição física, respeitando as minhas características pessoais biológicas. Eu sou uma atleta que adquiri muita massa muscular, diferente de muitos atletas", enfatiza Guilhermina.


PARAOLÍMPICO OU PARALÍMPICO

Desde o início do ano o termo paraolímpico deixou de ser usado pelo Comitê Paralímpico Brasileiro. Segundo o presidente da entidade o Brasil era o único país de língua portuguesa que ainda adotava o termo “paraolímpico”. "Foi uma orientação do Comitê Paralímpico Internacional (IPC) para o Brasil se alinhar mundialmente aos demais países E, há muito, o IPC havia sugerido a mudança, que era protelada pelo CPB". A mudança no IPC se deu após uma reunião com o COI (Comitê Olímpico Internacional), que sugeriu a entidade em trocar o termo (paraolímpico para paralímpico) para se diferenciar com o termo "olímpico".

                                                                                  CPB

quarta-feira, 11 de abril de 2012

FUTURO CAMPEÕES

A procura pela prática de desportes olímpicos cresce cada vez mais, e são nos centros de treinamento que o futuro e o presente do Brasil treinam. Na capital paulista existem alguns locais para a prática de desporto de alto rendimento. Um desses locais é o Centro Olímpico de Treinamento e Pesquisa. Criado em 1976, o COTP tem como foco a formação de novos atletas. “Todo o trabalho do Centro Olímpico tem como preocupação maior tornar-se uma fonte de talentos para as delegações brasileiras do futuro”, diz Henrique Guimarães, diretor do local. Deste celeiro já saíram grandes nomes do esporte brasileiro, como Montanaro e Amauri (vôlei), Hortência (basquete) e Ricardo Prado (natação).
 Natação é modalidade com maior número de alunos - SEME

Hoje, o Centro olímpico possui cerca de 1200 alunos com idade entre 7 e 17 anos, que praticam esportes como atletismo, basquete, boxe, futebol feminino, ginástica artística, handebol, judô, luta olímpica, natação e vôlei. Além da prática dos esportes, os atletas contam com técnicos especializados e também recebem atendimento médico, odontológico, psicólogo, fisioterapia, assistência social, lanche e auxílio-transporte, conta Guimarães.

Para o diretor, um jovem que deseja se tornar um atleta de alto rendimento precisa ser disciplinado e ter uma oportunidade de mostrar seu talento. “O talento também é importante, mas o talento sem disciplina e sem oportunidade não funcionam, relata. Henrique completa dizendo que a procura pelo centro de treinamento cresceu consideravelmente após a escolha do Brasil como sede dos jogos olímpicos em 2016. “A escolha do Rio de Janeiro como sede certamente influenciou no crescimento do número de alunos.” Mas para ele esse crescimento se deu também pelas últimas reformas feitas no centro olímpico. “As reformas pelas quais o COTP passou nos últimos cinco anos também foram determinantes para atrair novos talentos para as nossas peneiras”.

Pista recentemente reformada é utilizada em diversas competições oficiais - SEME

Além da formação de novos atletas o local também oferece espaço para o treinamento de atletas da elite do esporte brasileiro casos dos saltadores Maurren Maggi e Jadel Gregório, dos nadadores Cesar Cielo e Thiago Machado, além da judoca Maria de Lourdes Portela, que para Henrique Guimarães é uma das maiores promessas para as próximas olimpíadas.

A importância de um centro olímpico de treinamento vai muito além da descoberta de novos talentos esportivos e sim em ser um local de convivência entre crianças e adolescentes para o desenvolvimento de valores de cooperação, solidariedade, pensamento crítico e autoestima, acredita-se que com todos esses valores agregados a formação de um atleta de auto rendimento será conseqüência.


FUTEBOL FEMININO

Na contramão no futebol feminino, onde clubes consagrados fecharam as portas, como o caso do Santos, o COTP montou uma equipe profissional que conta com atletas da seleção brasileira, como Érika e Maurine, que defendiam a extinta equipe da Vila Belmiro. Outras jogadoras de destaque da equipe são Gabi, Chú, Karen, também ex Santos, além da zagueira Andréia Rosa, ex Ferroviária.

Segundo Henrique Guimarães o projeto com o futebol feminino irá ajudar as jogadoras da Seleção Brasileira a ganhar "a medalha de ouro que falta para o futebol", referindo-se ao ouro olímpico nas olimpíadas de Londres, no meio do ano.

terça-feira, 10 de abril de 2012

Rio 2016 convoca pessoas com deficiência para trabalhar


O Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016 anunciou nesta quarta-feira, 14, que irá criar um banco de dados de pessoas com deficiência que sejam potenciais candidatos a trabalhar no Rio 2016, visando o fortalecimento da colaboração com as instituições.

Atualmente, o Rio 2016 conta com consultorias especializadas e uma parceria com o CPB, que indicam pessoas com deficiência para participarem dos processos seletivos. Para cadastrar o currículo basta acessar o site www.rio2016.org, clicar em “Quem faz” e em seguida “Oportunidades”.

O Rio 2016 cumpre atualmente a determinação da lei brasileira, de que empresas com 201 a 500 funcionários devem ter 3% de seu quadro funcional composto por pessoas com deficiência. A expectativa é de que, daqui a quatro anos, mais de 200 pessoas com deficiência estejam trabalhando para o Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016.